segunda-feira, 19 de maio de 2008

O Filme da nossa Vida

Ok, para variar hoje decidi passar o tempo depois de almoço a ver filmes, e houve algo que me arrastou para aqui. Num filme que vi, uma das actrizes principais disse "O amor é apenas um convite para a dor" e nesse momento eu achei que a compreendi...Quer dizer, vamos ser realistas, vamos começar por analisar qualquer filme, não interessa qual, um qualquer. Há sempre o actor e a actriz principais, há sempre uma paixão escondida entre os dois, e é sempre no meio de armas, batalhas, problemas impensáveis, ou mesmo no meio do desespero que um deles se confessa ao outro e a partir daí surge um dos dois finais possíveis, ou um dos dois morre, ou então vão ser felizes para sempre. E o pior é que nós que assistimos ao filme, achamos sempre que independentemente da situação, o clima que se gera ali é o clima mais romântico para tal se suceder. Quem é que nunca viu um filme e mal ele acaba pensa "Quem me dera conhecer uma pessoa que eu pudesse amar e ela a mim, só pa ter um final feliz e revelar-me tal como aconteceu no filme..."! Todas as pessoas já tiveram pensamentos destes, uns mais, outros menos, mas ainda assim é um pensamento comum. No meio de uma cama com suaves tons verdes e folhas de rosa espalhadas pelo chão, a janela aberta para se poder contemplar aquela paisagem divina, e ela aparece... usa apenas um vestido de seda e caminha daquela maneira suave, calma, e muito sensual. Aproximam-se, ele não consegue falar, ela não quer que ele fale, e ambos se entregam um ao outro ao som de uma música que ninguem conhece mas que toda a gente acha adquada ao momento. Sim esta é uma cena típica de filme e que muito poucas para não dizer nenhuma pessoa, conseguiram reproduzir tão fielmente. Embora nos fascine, embora todos sonhemos com a nossa cena perfeita, nunca acaba por ser como sonhámos, nunca acaba por ser tão perfeito como nós queriamos que fosse, mas (e porque comigo exite sempre um "mas") eu acho, e agora é apenas um opnião pessoal, eu acho que...eu acho que quando acabo de dar o beijo, quando olho nos olhos dela, quando consigo sentir o seu perfume, quando ela me faz ofegar, nada do que me rodeia importa, não interessa se estou nao Polinésia-Francesa debaixo duma palmeira, se estou no Tibete com as montanhas carregadas de neve como fundo do plano, ou...ou se apenas estou no meu quarto, ou noutro sitio qualquer, o que me interessa é que para mim o que eu quero como fundo do plano são os olhos dela...Sei lá, se calhar estou a exagerar como de costume mas não consigo deixar de pensar assim.
Os filmes nunca traduzem a realidade por mais que arrangemos desculpas racionais e/ou plausíveis, por isso, porque não deslumbrarmo-nos com as pequenas alegrias da realidade?!Dar valor a gestos mais pequenos mas que podem ser tão importantes como grandes gestos. Pequenas atenções, pequenos toques, nem que seja uma festa (acto de tocar noutra pessoa e não a rambóia que tão a pensar) compartilhada por outra pessoa, um pequeno beijo, enfim tantas situações que hoje em dia nos podem parecer normais mas que por vezes estão carregadas de simbolismo.
Depois desta análise, se calhar um pouco mais detalhada do que o desejado, continuemos com o tema principal. Depois de ela ter dito "O amor é apenas um convite para a dor" eu senti-me bastante familiarizado com a frase e tentei perceber porque. Cheguei neste momento a uma conclusão: Já alguma vez sentiram amor sem nunca sentir dor?!Não sei responder a esta pergunta mas se vos torna a mente mais clara, posso dizer que me magoei muitas vezes por gostar de alguém. É normal sofrer por gostarmos de alguém e apesar de nunca me ter acontecido, eu acho que consigo compreender. Parece que quando gostamos de alguém tem de acontecer sempre algo mau e essa necessidade compulsiva de algo pior acontecer não precisa de ser generalizada ao mundo, basta que nos afecte e isso dentro de um milhão de sentimentos que vêm a tona podem simplesmente fazer-nos fraquejar perante a pessoa que gostamos. Enfim, não é para vos fazer deprimir que aqui estou, é apenas para dizer o seguinte: a vida nunca será perfeita como nos filmes mas cabe a cada um de nós realizar o filme das nossas vidas. Arrisquem, percam, ganhem, façam tudo de bom e tudo de mau, experimentem e um dia mais tarde vão poder dizer que tiveram uma vida feliz, e se nesse momento vocês pudessem ver-vos a vós próprios naquela cadeira ao lado da lareira, lembrando-se de toda uma vida repleta de emoções e acompanhada por uma música que ninguem conhece mas que toda a gente acha adquada ao momento, vocês diriam que seria o final perfeito!!!

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