domingo, 20 de julho de 2008

Perspectivas nas maiores cegueiras

Engraçado que quando estamos mais alucinados, mais sentido tem tudo aquilo que não tem sentido, e a partir daí damos graças á nossa imaginação e ao nosso espírito e vivemos de outra maneira. Não foi fácil para mim entender isto á primeira, mas com um enorme interesse, não tanto pela filosofia isolada mas pela gestalt que existe entre a filosofia e a pessoa em questão, eu descobri um lado novo da vida por assim dizer e como diz aquele brilhante poeta Sérgio Godinho:

"Conheço tão bem esses olhos
e nunca me enganam,
o que é que aconteceu, diz lá

é que hoje fiz um amigo
e coisa mais preciosa
no mundo não há."

Estou convencido que de alguma maneira algo ou alguém me ouviu e me entendeu, e por isso resolveu dar um bocado de côr á minha tela, que também chamo vida. E além de me ter uma visão diferente do mundo, soube fazê-lo sem nunca por em causa qualquer opnião contrária. As vocações, ideias, filosofias, gostos, e até mesmo os habitos diários fazem-no uma pessoa peculiar, rara, e espectacular. A partir do momento em que o conheci, soube que havia algo nele que me fazia sorrir, nunca pensava nos meus problemas com ele por perto ou se por acaso esses problemas eram discutidos resolviam-se sempre baseados em perspectivas que eu não sonhava existir. Alargou-me os horizontes, abriu-me os olhos, e acho que criámos ali um laço bastante invulgar. Não é pelo laço, mas a meu ver, pelas pessoas que o formam.
Ahah como eu adorei aquelas noites em que "las perspectives" de "las banhades" percorriam aquela casa dançando com risos e boa disposição, ao som de Sérgio Godinho e Beatles.
Agora acho que já percebi o que me faltava, já não me sentia assim á muito tempo, aquela sensação que me é inexplicável mas que toda a gente conhece quando se sente feliz. Parece que foi preenchido um lugar em mim que não o tinha sido, e que agora que o foi , faz toda a lógica que o tenha sido......eu sei que não tem muita lógica. Mas o importante é que as nossas "perspectives" naquelas cegueiras que todos temos, foram além do normal e por isso já sinto que lhe devo muito. Quanto mais não seja pela quantidade de sorrisos que ele me arranca, ou pelo sentimento de bem estar que ele proporciona. Obrigado.



To a poet who shall never fall from the stars.

domingo, 13 de julho de 2008

Reviver

Hoje fui tomar um café com um amigo meu. Fui tomar café com ele porque ele está um bocado em baixo devido a ter acabado o seu relacionamento com a única rapariga que ele realmente gostou e a única que realmente gostou dele. E amigos são amigos, temos de estar presentes nestas situações e mostrar o "the bright side of life", ou seja, o melhor que a vida tem para oferecer, faze-lo notar que a vida não acaba aí. No fundo , e no meu caso, temos de mostrar um caminho que já percorremos, com ou sem a ajuda de ninguém. Nunca é fácil fazer isso, pois lembramo-nos sempre de como nós agimos, pensámos, e como nos sentimos naquela altura, com aquela pessoa, e ás vezes memórias escondidas ou guardadas dentro de nós (latentes) surgem a flôr da pele, e além de termos de combater isso, temos de ajudar quem precisa de nós. Contudo não pensem de qualquer maneira que eu que é um "trabalho" ingrato, não, eu acima de tudo fico orgulhoso por perceber que quem me importa o sabe, e dou sem hesitar, toda a ajuda que me for pedida. Estou apenas a comentar um facto que achei curioso. Pensem só: um café onde estão com o vosso amigo. Estão preocupados com ele como é normal e ouvem-no com toda a atenção possível. Aí...aí o tempo pára, câmara lenta, e num espaço de um segundo lembram-se daquela tarde chuvosa em casa com ela. Ela chegou cedo, e estava triste, e de repente o discurso que ela começa a ter coincide ou é igual ao discurso que está a ser dito pelo vosso amigo sentado ao vosso lado no café. Vocês viram a cabeça e olham nos olhos dele, lembram-se de como se sentiram quando ela se afastou, quando ela saíu de casa e vocês sabiam que tudo tinha terminado. Os dias seguintes foram árduos, foram até terríveis, mas de qualquer maneira vocês superaram-no e aqui estão para contar a estória. De repente aquela sensação de alívio por tudo ter acabado e de ter ultrapassado tudo, sobe pela coluna, dando aquele arrepio frio. É nessa altura que vocês voltam a olhar para o vosso amigo mas desta vez com um sorriso na cara ao pensar que um dia também ele vai poder ter esse arrepio, logo a seguir a ter ultrapassado esta crise. Não, não me venham dizer que é um "trabalho" ingrato, porque eu gosto de sentir esse arrepio na espinha, gosto de saber que estou a ajudar um amigo a ultrapassar uma fase pior da sua vida, gosto de saber que ele também se há-de rir um dia quando se lembrar dos seus males amorosos passados. Vai estar tudo bem, nós os dois num café, com uma imperial na mão a lembrar os velhos tempos, e a lembrar as namoradas. End of the story.

PS. - o problema é quando essa rapariga ainda não saíu da cabeça passado todo esse tempo, e se quando virar-mos a cabeça depois de dar um golo naquela imperial fresquinha, perdemos o sorriso que mostramos e só pensamos "por que raio é que eu não pude ficar com aquela rapariga!" mas isto já sou eu a ser mauzinho!

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Pressão Académica

Este é um problema que eu acho que está muito subvalorizado, principalmente por pessoas que já completaram a Faculdade ou que já entraram no mercado laboral, e tenho partilhado ideias recentemente com alguns amigos meus, de maneira que resolvi vir colocar um post sobre isso. Já repararam na pressão psicológica que é colocada aos alunos de uma faculdade? Desde familiares, a amigos, a professores, onde quer que um aluno vá tem sempre essa pressão por parte de toda a gente. Sempre que nos encontramos com amigos na faculdade, mais cedo ou mais tarde a conversa vai descambar para o número de disciplinas feitas por cada um e consequentemente, aquele que fez menos disciplinas acaba por se sentir deslocado. Já em casa com os familiares é a mesma coisa visto que a primeira pergunta que nos fazem quando chegamos a casa é "Então como vai a faculdade?!Passas a quantas este semestre?!". Quanto a outras pessoas não sei mas para mim é algo bastante perturbador, principalmente numa altura de exames como a actual. Eu acho que se deve alertar essas pessoas em relação a este problema porque ir para um exame e ficar a pensar "Tenho de passar a esta disciplina senão os meus pais isto, os meus amigos aquilo, e fico atrasado nos semestres" e mais não sei que, não é de todo o melhor que nos podia acontecer. Parece que quando entramos na faculdade perdemos a nossa identidade e passamos a ser um numero de aluno com x disciplinas. Eu acho terrível que isso aconteça e acho que nada deveria mudar. Deviamos ser "tratados" como sempre fomos e não ter uma carga de responsabilidade exagerada acumulada como temos. Eu sei que é importante obter um curso, e sei que nunca é facil obter um curso, mas se já é difícil lidar com isso, quanto mais ter que ouvir todas as pessoas á minha volta a alertar-me para esse assunto. Apesar de tudo continuamos a ser pessoas com sonhos, aspirações, identidades e personalidades. Não nos tornem em mais uma "máquina" laboral cujo único objectivo é acabar o curso e ir trabalhar, porque no meu caso o meu objectivo é unicamente.......ser feliz!