segunda-feira, 30 de março de 2009

O Pacto

O Sol nasce e rompe uma antiga Era. Pois quem outrora se regojizava com a imortalidade que detinha, ou com a eternidade dos seus actos, foi corrompido pela certeza que jurava ter de supremacia. E assim nasceu a vingança. Um novo ser nasceu, e desfrutou de uma força desconhecida. Os horizontes espandiram-se, a luz do sol carregava uma nova esperança, e o brilho da lua uma nova determinação. Os trilhos das florestas imploravam para serem caminhados e os rios gritavam para serem explorados, mas nada disso faria mover o objectivo deles. As suas noites gloriosas ao som de cascos de cavalos, o crepitar dos fogos, e por fim, o suave som da pele a ser rompida pelos seus dentes...ahhh que doces vitorias, onde o sangue dos seus inimigos era posto a prova e no final, "provado"!
Entre amigos e inimigos, o Pacto foi forjado, garantindo a vida aos mais fracos, e o fim da disputa de sangue entre os mais fortes. Muitos almejaram esse dia, onde a tinta e a caneta se revelaram mais uma vez mais fortes que a espada, mas sem esquecer o esforço necessário para que tal pudesse acontecer. Assim, noite e dia fundiram-se, criando um Pacto que os manteria vivos, talvez por mais uns séculos. O calor do sol queimava as investidas diurnas, e por sua vez, o negro da noite era a mais perfeita camuflagem para se defenderem. Ambos desejavam o sangue do seu adversário, mas sabiam que apenas o podiam fazer por turnos. Até...até os seus inimigos atacarem dia e noite!
Estórias e canções contam muitas lendas, contam muitos feitos e quase sempre exagerados ou tento como base um fundo por vezes inimaginável. Mas o Pacto existe, sempre existiu e sempre há-de existir. Se calhar agora já não é sangue que eles procuram, já não são as vitórias, mas eles aliaram-se e ainda continuam ai...ahahah a noite e o dia juntaram-se para eliminar toda a certeza que corrompe a alma, mesmo as deles...toda a certeza que domina o dia e a noite, mas talvez...talvez a prata ou o sol os consigam extinguir, talvez os consigam dominar, talvez...ou talvez não.

Don't be fooled for the future, learn the past, and act in the present.

terça-feira, 17 de março de 2009

Já pouco sobeja

"A princpio simples anda-se sozinho

passa-se nas ruas bem devagarinho

esta-se bem no silencio e no borborinho

bebe-se as certezas num copo de vinho

e vem-nos á memoria uma frase batida

hoje o primeiro dia do resto da tua vida

hoje o primeiro dia do resto da tua vida"

"Depois vem cansaços e o corpo frequeja

olha-se para dentro e já pouco sobeja

pede-se o descanso por curto que seja

apagam-se duvidas num mar de cerveja

e vem-nos memoria uma frase batida

hoje o primeiro dia do resto da tua vida

hoje o primeiro dia do resto da tua vida"

O que escrever quando pensamos que tudo se resolveu e depois da nossa vida dar uma volta de 180 graus e o voltar a dar e deixar-nos no mesmo sitio...? O que escrever quando todas as nossas esperanças nos foram roubadas...? O que dizer quando tudo deixou de fazer sentido e temos de recorrer ao passado para percebermos o quão felizes fomos? O que escrever ou dizer quando queremos amar alguem mas simplesmente não o conseguimos dizer? "Paciencia" alguns diram, mas eu recuso-me a conformar com essa resposta. Será que como diz o Sérgio Godinho, teremos de olhar o ponto de situação em que nos encontramos e verificar que este é mesmo o primeiro dia da nossa vida?! Mas isso não será ignorar o passado e ousar dar um passo em frente sem ter certeza do que o futuro nos guarda?! Sim, o futuro, aquele "algo" que nos tira o chão dos pés e nos faz duvidar se somos capazes de o enfrentar sozinhos! Daí as pessoas necessitarem de alguém especial que esteja do seu lado, de alguém que lhes dê confiança para tomarem o próximo passo sem medo, enfrentando os seus medos e fantasmas e ignorando os azares do passado. Por outro lado esses mesmos azares são a base certa de sucesso do futuro, uma vez que todos nós aprendemos com os nossos erros. Mas será certo avançarmos sem medos, sem desconfiança, com a cabeça levantada e com o nosso orgulho ao nivel da nossa cabeça?! Talvez sim, talvez não... Eu arrisquei, e perdi...vim implacávelmente a vida dar-me xeque e apenas me limitei a ver as peças a serem mexidas. Não tive tempo de contra-atacar, não tive tempo de pensar numa estratégia de oposição, não tive tempo para sequer pensar. Se calhar o momento não foi o mais opurtuno. Com as constante desilusões a que o corpo-humano se submete, ainda estou espantado de olhar para dentro de mim e ver "que pouco sobeja". Parece uma sessão de sado-masoquismo sem o objectivo de prazer pessoal. Não tiro prazer dessa dôr, mas parece que faço questão de a sentir, parece que faço questão de me magoar...Não é justo... Logo eu que sou o primeiro a admitir que mereço isto ou aquilo, mas isso vocês já sabem...Acendo um cigarro e deixo que ele me tome, deixo que ele tente tirar-me todas as preocupações que detenho. O fumo desencadei-a uma reacção dentro de mim calmante. Olho para lado enquanto retenho esse pedaço de mal e bem dentro dos meus pulmões que anceiam gritar o mais que puderem a fim de libertar algum vapor que encerram dentro deles. Será que devo olhar o dia de amanhã como um novo amanhecer ou como o nascer de algo que já conheço o seu destino?! Sim porque o destino pode ser traiçoeiro e mesmo cruel. Mas he-de aceitar a minha pena sem me queixar ,e hei-de engolir...Cada vez sinto mais perto o chegar dia D, o dia em que as minhas armadas hão de destruir o maquiavélico mundo em que vivemos, e sozinho poderei rir do futuro, com a confiança necessária para poder avançar. E depois disto tudo, será que amanhã será o primeiro dia do resto da minha vida...