domingo, 13 de julho de 2008

Reviver

Hoje fui tomar um café com um amigo meu. Fui tomar café com ele porque ele está um bocado em baixo devido a ter acabado o seu relacionamento com a única rapariga que ele realmente gostou e a única que realmente gostou dele. E amigos são amigos, temos de estar presentes nestas situações e mostrar o "the bright side of life", ou seja, o melhor que a vida tem para oferecer, faze-lo notar que a vida não acaba aí. No fundo , e no meu caso, temos de mostrar um caminho que já percorremos, com ou sem a ajuda de ninguém. Nunca é fácil fazer isso, pois lembramo-nos sempre de como nós agimos, pensámos, e como nos sentimos naquela altura, com aquela pessoa, e ás vezes memórias escondidas ou guardadas dentro de nós (latentes) surgem a flôr da pele, e além de termos de combater isso, temos de ajudar quem precisa de nós. Contudo não pensem de qualquer maneira que eu que é um "trabalho" ingrato, não, eu acima de tudo fico orgulhoso por perceber que quem me importa o sabe, e dou sem hesitar, toda a ajuda que me for pedida. Estou apenas a comentar um facto que achei curioso. Pensem só: um café onde estão com o vosso amigo. Estão preocupados com ele como é normal e ouvem-no com toda a atenção possível. Aí...aí o tempo pára, câmara lenta, e num espaço de um segundo lembram-se daquela tarde chuvosa em casa com ela. Ela chegou cedo, e estava triste, e de repente o discurso que ela começa a ter coincide ou é igual ao discurso que está a ser dito pelo vosso amigo sentado ao vosso lado no café. Vocês viram a cabeça e olham nos olhos dele, lembram-se de como se sentiram quando ela se afastou, quando ela saíu de casa e vocês sabiam que tudo tinha terminado. Os dias seguintes foram árduos, foram até terríveis, mas de qualquer maneira vocês superaram-no e aqui estão para contar a estória. De repente aquela sensação de alívio por tudo ter acabado e de ter ultrapassado tudo, sobe pela coluna, dando aquele arrepio frio. É nessa altura que vocês voltam a olhar para o vosso amigo mas desta vez com um sorriso na cara ao pensar que um dia também ele vai poder ter esse arrepio, logo a seguir a ter ultrapassado esta crise. Não, não me venham dizer que é um "trabalho" ingrato, porque eu gosto de sentir esse arrepio na espinha, gosto de saber que estou a ajudar um amigo a ultrapassar uma fase pior da sua vida, gosto de saber que ele também se há-de rir um dia quando se lembrar dos seus males amorosos passados. Vai estar tudo bem, nós os dois num café, com uma imperial na mão a lembrar os velhos tempos, e a lembrar as namoradas. End of the story.

PS. - o problema é quando essa rapariga ainda não saíu da cabeça passado todo esse tempo, e se quando virar-mos a cabeça depois de dar um golo naquela imperial fresquinha, perdemos o sorriso que mostramos e só pensamos "por que raio é que eu não pude ficar com aquela rapariga!" mas isto já sou eu a ser mauzinho!

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